quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Victoria's Secret Scandal

Cari ragazzi!!

A praticamente um mês do próximo desfile da Victoria's Secret - do qual eu sou super-hiper-mega-fã, a marca protagonizou um escândalo com a imagem das suas "Perfect Angels". Cartazes como este foram espalhados pela cidade...


A crítica não se deixou ficar e respondeu na mesma moeda, e eu gostei.


Incomoda-me que este pesadelo pela busca do corpo perfeito nos angustie tanto. Vivemos com um demónio na cabeça que nos lembra constantemente o quanto somos fracas quando prevaricamos com as melhores delícias gastronômicas do mundo. No meu caso em particular, faço desporto com bastante regularidade, apesar de ter parado no mês de Novembro, porque estou a tentar aproveitar ao máximo os últimos momentos em Lisboa, e os treinos retiravam-me imenso tempo de qualidade com os familiares e amigos. Para terem uma ideia, quando não estava a treinar (1h30 por dia) ou a trabalhar (9h fechada na Vodafone) estava a babar-me no sofá mais próximo. Claro que esta mudança radical na minha rotina resultou imediatamente num aumento de remorsos por todos os açucares ou comidas processadas que ingeria - a semana do Halloween foi uma perfeita desgraça. Aumentei dois quilos, mas depois vi-me sozinha em casa e voltei à política do "fechar a boca" ou melhor "só abri-la para ingerir comida amiga do meu corpo e da minha balança também". E basicamente resultou. Ao final do primeiro dia perdi 1 kilo. Continuo na luta pela perda do outro que falta, mas sem dramas. Mais uma vez provo que a minha obsessão de ir todos os dias à balança ajuda-me a controlar o peso, principalmente quando o exercício é menor ou nenhum, e as calorias ingeridas mantêm-se praticamente as mesmas. E como não há milagres nem formas mágicas para se perder peso, quando paro o exercício volto a focar-me no princípio da lei da compensação: #quemnãomalhanãopode.
Mas voltando à campanha da VS, contra mim falo (mas quem nunca pecou que atire a primeira pedra), porque sou uma daquelas mulheres que aponta o dedo (mesmo sabendo das privações a que me submeto diariamente para me manter nos 52kg, e mesmo assim longe de um corpo que se assemelhe à de uma top model), que faz juízos de valor e desvaloriza quem se passeia com uns quilinhos a mais. <<Mas seria incapaz de o dizer directamente na cara ou nas redes sociais. Pois a única coisa que iria acontecer era magoar o outro com a minha reprovação.>> É verdade que somos muito mais do que o peso que a balança nos dá, somos giras, divertidas, inteligentes, boas amigas e confidentes. Mas quando estamos no metro, na praia ou no trabalho não vemos ou sabemos isso. Nesses momentos só fazemos um Raio X ao peso de cada mulher. Chamam-nos críticas, eu prefiro o título "atentas". E atenção que também eu já pesei mais do que devia. Contudo, acredito que um dos motivos de ter conseguido voltar ao meu peso ideal foi ter-se feito um click no momento certo, antes que a coisa descambasse de vez. Fácil teria sido fechar os olhos e tornar-me relaxada quanto ao meu peso e à minha imagem. Mas isso é uma escolha feita por cada uma de nós. Depende de nós decidirmos de que lado queremos estar: o das saudáveis ou o das relaxadas. E eu quando acabei a faculdade (pesava na altura 60kg) resolvi mudar. Resolvi apostar em mim, gostar de mim e cuidar de mim. Já fiz alguns disparates, mas rapidamente percebi que não nasci para fazer parte de dramas pelos quais não compensam nem me levam a lado nenhum. Dietas yo-yo (como já escrevi aqui) não resultam. Como tal, aprendi a ler os sinais do meu corpo, a interpretar os valores que a minha balança me dava e a entender os meus ataques de gula. Deixo um pequeno recadinho aos homens...


Para vilãs já bastamos nós. 

Vídeo completo da entrevista à actriz Jessica Atayde que mesmo não sendo feia,  gorda ou mal feita, também sofreu na pele a reprovação feminina. Para mim, a pior de todas, porque é de umas para as outras. Vamos acabar com este flagelo e educar ou reeducar a auto-estima das jovens mulheres das nossas famílias.

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