quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Treino dificulta o emagrecimento?

Cara ragazza!!

Curiosamente e contrariando tudo aquilo que ouvimos até hoje, o exercício físico pode efectivamente dificultar o processo de emagrecimento e muitas vezes até levar ao aumento de peso... Para compreender melhor esta teoria resolvi ler os vários post no blog do Dr. Souto dedicados a esta temática. 















Escusado será dizer que logo no primeiro parágrafo perdi toda e qualquer vontade de continuar as minhas caminhadas diárias na passadeira do ginásio. Todavia, se não desistirmos do assunto à primeira oportunidade este pensamento também acabará por se dissipar. Mas convenhamos que poucas coisas dão tanta fome como o exercício, verdade? E é bastante natural que assim seja. Afinal, quando perdemos água ficamos com sede, logo se perdermos calorias a sensação de fome também surgirá. Contudo, a sabedoria tradicional diz-nos que para emagrecermos deveríamos baixar o consumo calórico diário e ainda aumentar o treino físico. Pergunta do Dr. Souto: qual a chance de isso dar certo? Nenhuma. Quanto mais treinarmos mais fome vamos ter, logo como sermos capazes de comer poucas quantidades e continuar os treinos? 

Ou seja, uma vez mais, a chave do sucesso para atingirmos os nossos objectivos passa pelo que comemos. Não importa o tempo e intensidade que dediques ao treino se depois chegas a casa e comes este mundo o outro. Mais, pergunto-vos como é que alguém que quer perder peso faz três grandes refeições ao dia e ainda mais dois ou três lanchinhos apenas com uma hora de treino diária?! 70% dos resultados estará sempre no que comemos, logo se numa primeira fase não lhe apetecer treinar, tudo bem, foque-se apenas na dieta.

É evidente que existem inegáveis benefícios para a saúde a prática regular de exercício físico. Mas não é disso que estamos a falar. O fato é nunca tantas pessoas fizeram tanto exercício, nunca houve uma proliferação tão grande de ginásios, nunca tantos aparelhos de exercício foram vendidos, e nunca tivemos tantos obesos também. Posto isto, o exercício físico simplesmente não veio resolver o problema, pelo menos para a maioria das pessoas. 

A falha de pensamento neste caso é acreditar que a o gasto calórico induzido pelo exercício não será inconscientemente compensado pelo aumento de comida. Seria como supor que, após suar bastante, não haveria um aumento da sede. Além disso, exercício moderado queima uma quantidade irrisória de calorias. É necessário subir 20 lances de escada para queimar as calorias de uma fatia de pão. 

Toda e qualquer dieta em que haja perda significativa de gordura pode acarretar alguma perda de massa magra. Nas dietas hipocalóricas tradicionais, isso ocorre de forma intensa. Nas dietas de baixo carboidrato, a maior quantidade de proteína e os corpos cetônicos são dois fatores que reduzem esta perda de massa magra. A prática de musculação é capaz de evitar completamente a perda de músculo e, eventualmente, permite o ganho de massa magra ao mesmo tempo em que se perde massa gorda.

Quando a dieta de uma pessoa é baseada em carboidratos, a atividade física irá usar os carboidratos da dieta como fonte energética principal. Mas o que acontece quando não consumimos carboidratos? Desmaiamos? Ficamos com hipoglicemia? Imaginem os nossos antepassados, que às vezes passavam semanas sem comer um carboidrato, e dias em jejum, desmaiando no paleolítico. Não estaríamos agora aqui escrevendo e lendo, verdade? Ou ainda imagine: como eu e os outros conseguem fazer 45 minutos de musculação sem comer nada de carbs, ou mesmo em jejum. Há 2 segredos para nosso sucesso nesTas circunstâncias: 
  1. A cetoadaptação (estar bem adaptado a utilizar a própria gordura como fonte de energia - o que ocorre nas pessoas que comem poucos carboidratos e não têm a insulina cronicamente elevada); 
  2. O facto de que o glicogênio muscular nunca é completamente depletado pela dieta. 
Por outras palavras, não importa o quão low carb a pessoa seja, o músculo sempre terá glicogênio disponível para suas necessidades de contração aeróbia (a glicose produzida pelo fígado a partir de proteínas e gordura é armazenada nos músculos mesmo em quem nunca come carboidratos). De facto, as reservas de glicogênio dos músculos nunca ficam abaixo de 30% apenas com dieta; é necessário o exercício de longa duração para esvaziá-las. Pessoas normais (não atletas) não esgotam este glicogênio muscular com o exercício. Atletas praticantes de triatlon, ironman, ciclismo de competição, podem esgotar completamente o stock de glicogênio. Isto normalmente não leva à hipoglicemia, e sim a um fenômeno chamado de "bonking" em inglês, uma palavra sem tradução directa, mas que significa a impossibilidade física de continuar. 

Resumindo, os carboidratos não são necessários para a realização de exercícios físicos de pessoas normais, mas a sua falta pode prejudicar a performance de desportistas radicais, atletas de alta competição e de provas de "endurance".

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