quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Reasons to Like & Dislike NY

Cari ragazza!!

Hoje, um mês e meio depois de ter aterrado em terras do Uncle Sam penso ter finalmente uma lista razoavelmente grande para falar sobre os prós e contras desta cidade! Atenção, importa referir que é uma lista baseada no meu gosto pessoal, logo é natural que hajam várias coisas com que irão discordar totalmente! E ainda bem, afinal: BE UNIQUE!


NEW YORK CITY...

Adoro as cores da cidade, mas odeio o lixo amontoado nas ruas da mesma. Gosto do ordenamento do território da cidade, mas não gosto nada que NY esteja tão longe de casa. Gosto da oferta de restaurantes de várias nacionalidades, mas não gosto que não haja uma ASAE tão rigorosa como em Portugal. Adoro a quantidade de táxis e metros 24h por dia, mas abomino o ruído das sirenes e das buzinas depois das dez da noite. Gosto muito do quentinho que se sente quando se entra em casa, mas odeio saber que não é permitido teletransportar-nos até a primavera chegar. Gosto da diversidade cultural, mas não gosto da quantidade de sem abrigos que esta cidade abriga nas suas ruas geladas. Gosto de estar longe de casa, mas não gosto das 10h de aeroportos e aviões que me separam dela. Adoro a neve, mas odeio a iminência de escorregar a cada dez minutos. Aprendi a gostar ainda mais do frio, mas detesto os -17ºC. Gosto da facilidade com que se arranja um trabalho ou uma ocupação para ganhar algum dinheiro, mas condeno as condições precárias destas. Gosto da variedade de comida saudável que encontramos nos supermercados, só não entendo porque é que a comida prejudicial à saúde é mais barata. Por exemplo, é mais barato comprar bolachas ou pacotes de batatas fritas ricas em açúcares ou sal do que iogurtes! Adoro passear e andar a horas a fio a pé sem nunca me aborrecer, mas odeio ter que recusar dar esmola a cada cinco passos. Adoro o facto de ser totalmente anónima, mas não gosto de nunca encontrar alguém no Starbucks para beber um café acompanhada. Adoro a rapidez com que em "5 minutos" estou em todo o lado de metro, mas odeio os apertões às horas de ponta. Gosto de andar de calções em casa, mas não gosto nada de imaginar como será difícil o próximo inverno em Portugal! Gosto muito de viver aqui, mas tal como já tinha dito noutras ocasiões: "Quanto mais viajo e conheço o mundo, mais amo o meu país."
Ainda assim...

 

11 comentários:

  1. Ainda estás aí há tão pouco tempo para um post deste género! Isto denota muitas saudades de casa.
    Curte, vibra com cada momento que aí passares, aproveita ao máximo porque são apenas 6 meses, não é? Isso não é nada.
    Aproveita porque há muita gente que gostaria estar no teu lugar e por várias razões não pode.
    Diverte-te! A família e os amigos estão lá à tua espera e vais ter muito tempo para estares com eles... está visto que não tens o perfil de emigrante.
    Diverte-te muito e esquece as coisas negativas (não contam para quem está só de passagem).
    Beijos
    Sofia

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    1. Tenciono ficar entre um a cinco anos Sofia! :D e sim, concordo consigo, não tenho perfil de emigrante mesmo! Heheh beijinhos

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  2. uma pergunta estas a viver no colegio ou estas a viver numa casa normal?
    Gostava de saber mais sobre estes aspetos da tua vida :)

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  3. Espero não ser mal entendida pois de facto não é mesmo nada a minha intenção, mas quando leio o seu blog (que gosto muito!) bem como o da Diana (que gosto muito menos), fico com sempre com mesma sensação que ficava quando falava com as pessoas que regressavam do Erasmus... "experiencia que mudou a minha vida", "em Portugal está tudo parado" "em Portugal as pessoas são muito fechadas" "E que lá é que era" e as viagens e muita galhofa e festa e etc etc. E depois vinha a época de exames e finalmente esse pessoal caía na real e deixava-se dessas coisas. E ao ler estes blogs fico com essa mesma sensação que nada disto é muito real. Admito que posso estar a ter essa mentalidade "fechada" e também admito que nem todas as pessoas têm as mesmas condições financeiras, mas parece-me, à semelhança do Erasmus, uma experiência pouco real. Eu sou 4 anos mais velha do que a Joana, e às tantas essa diferença de idades faz alguma diferença, mas de facto esse tipo de experiencia já não me parece muito normal, mas às tantas é porque eu já estou naquele estilo de vida mais seca de trabalhar, descontar para a reforma, pagar as contas todas, começar a ver apartamentos para comprar etc. Mais uma vez espero que não leve a mal, mas se puder responder, gostava de saber a sua opinião, até porque a Joana é sempre mega krida e atenciosa a responder. :)

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    1. Antes de mais, muito obrigada pelo comentário honesto. Afinal, eu também partilhava exactamente dessa mesma ideia... Sempre achei que só para alguns é que a experiência de Eramus era verdadeiramente excepcional. Mas com a minha experiência consegui perceber que só com um "gigante" conhecimento de gestão financeira é possível tornar esta experiência realmente excepcional. Porque "na cidade que nunca dorme" é muito fácil cometer loucuras e gastarmos rios de dinheiro só em starbucks (um Mocca é mais ou menos 4$ mais um bagel 4$ ao pequeno almoço), mais 9$ num take away para o almoço (seja que comida for, até no mac não se gasta menos que isto) e mais 5/6$ pelo jantar. Fora as lojas que estão por toda a parte e que nos convidam a entrar, contudo o meu lema é simples: andar de marmita para todo o lado, logo com 40$ por semana encho a minha despensa e também NUNCA entro numa loja, excepto se tiver mesmo a precisar de qualquer coisa. Porque eu sou aquela pessoa que se se apaixona por uma coisa, tenho que lá voltar no dia seguinte para comprar. Logo, mais vale nem saber que existe! Então, passam-se semanas que gasto 5$/6$ por semana, num donut's, fatia de pizza, etc... Porque não bebo café nao almoço nem janto em restaurantes. Levo o meu leite de amêndoas no meu termo, o meu bagel, a minha fruta, as minhas bolachas e o meu almoço na mala. Não sou menos feliz por isso, pelo contrário tenho a conta mais recheada e o organismo mais saudável. Depois, claro que a estabilidade de ter casa e escola paga ajudam-me a descomplicar um bocadinho a minha vida aqui. Mas isso só acontece porque trabalhei como uma mula no último ano em Portugal! Literalmente não "comi para não cagar", e até agora sinto que cada privação que fiz valeu muito pena. Tenho imensas saudades de casa, mas não trocava esta experiência de viver e estudar em Nova Iorque por nada. Cada pessoa tem os seus objectivos e metas. Eu pus na cabeça que seria "agora ou nunca", tenho 26 anos e o meu relógio biológico já toca. Por isso estou a aproveitar o máximo que posso da minha estadia aqui, para quando tiver 40 anos (não é preciso mais) olhar para trás e dizer: raios miúda! Que bela forma de te despedires dos twenties!! Graças a Deus tenho cá pessoas que são um suporte fantástico e que não penso duas vezes quando é para nos juntarmos e irmos almoçar/jantar ou lanchar! Porque são os dólares mais bem gastos da minha semana! Em relação a museus, exposições etc, quase todos são ou gratuitos ou pagas o que podes! Logo, Portuguesa e forreta como sou dou um dólar e lá vou eu!
      No fundo, todo este tipo de experiências varia muito de pessoa para pessoa. Talvez outra pessoa com o meu pé de meia já teria gasto tudo e já tivesse a regressar a Portugal, eu orgulhosa como sou tenciono ainda levar dinheiro comigo quando regressar! Sou do tipo tio patinhas, verdade. Adoro colecionar coisas bonitas, adoro compras, adoro roupa, babo por comida, mas sou do mais forreta que pode haver também. E só assim se explica o sucesso da minha estadia aqui! Nas horas vagas já contei que até assisto a programas para receber dinheiro em troca! Por isso, criatividade não me falta! Na cidade das oportunidades só fica a ver o dinheiro voar quem quer!
      E claro, que o suporte emocional da família e do namorado são essenciais para sentir que não estou a "perder um ano", muito pelo contrário. Um mês e meio depois já sinto que este ano será o mais rico de toda a minha juventude. O facto de estar por "minha conta e risco" obriga-me a ser muito mais ponderada e calculista, coisa que nunca imaginei ser (pelo menos tão cedo)...
      Espero ter respondido à sua questão...
      Um beijinho (gelaaaado),
      Joana

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    2. Ohhhhhh meu Deus!!! Ó anónima, gente tão nova com uma cabeça tão fechada! Curtam, vivam, arrisquem, saiam da casca!
      Live dangerously ! Senão, tudo o que vais conhecer da vida é o teu cantinho seguro, e isso é tão pouco......
      Susana Melo

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    3. Susana não acredito que o outro comentário me tivesse a condenar pela escolha que fiz. Mas também partilho da opinião que todas as nossas decisões resultam em variadissimas consequências. Claro que eu podia estar aqui a "curtir à grande" (não que não o faça), mas a verdade é que todos nós temos conceitos diferentes de "diversão". O que para mim pode ser super-hiper-mega funny, para si pode não ter graça nenhuma. No fundo, o nosso backhground define quem somos, o que gostamos e o que ambicionamos para nós :D

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  4. Obrigada pela resposta, Joana. Acho que percebi melhor a tua motivação. Parece-me que é algo como "deixa-me aproveitar agora que ainda estou nos 26 e ainda não tenho grandes responsabilidades". Ora isto parece mesmo ir de encontro ao tal cenário que eu descrevia como algo semelhante ao Erasmus e do seu texto fiquei novamente com aquela sensação que sim é giro, mas pronto é uma fase para aproveitar antes de entrar na vida adulta a sério...digamos um Erasmus mais adulto. Aliás deixe que lhe diga que este fenómeno está a ser muito explorado pelas universidades, que oferecem programas de MBA, LLM, cursos disto e daquilo cujo conteúdo é algo a meu ver pouco interessante na maior parte das vezes, e a exigencia é a suficiente para dar a sensação de esforço qb (mas ninguém chumba nem nada disso...!) mas que confere a justificação possível ao desejo de ir viver no estrangeiro por uns tempos. Posto isto, Joana, acho que faz muitíssimo bem e espero que tenha óptimas experiências e recordações! Só desejo mesmo o melhor, até porque eu ADORO ler o blog! :)
    PS. Leitora Susana, eu própria admiti que podia estar a ter uma mentalidade algo "fechada" e avessa ao risco, mas não me tome por uma pessoa que não sai do seu cantinho seguro, posso dizer-lhe que aos 14 anos já vivia sozinha e após a faculdade trabalhei no estrangeiro, mas sempre com riscos muito calculados e nunca com esse espírito "erasmus" que tentei descrever acima. Beijinhos para ambas!

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    1. Mais uma vez, obrigada eu pela resposta! Adoro chegar à hora de almoço e pôr-me aqui a responder-vos!
      Mais uma vez concordo com isso que disse: "cada vez mais é um fenômeno que assistimos nas universidades". E não é de estranhar que isso esteja acontecer quando não há resposta para tanta procura de emprego, logo o segundo caminho é: aceitar qualquer porcaria para entrar no mercado de trabalho (como eu já fiz) ou continuar a "somar" currículo para quando este flagelo passar encontrar o nosso lugar ao sol. Repare, tenho a certeza que se perguntar a 70% destes jovens adultos se preferiam continuar os estudos ou aceitar uma proposta de trabalho nas suas áreas de formação, com a promessa de estabilidade e satisfatórias remunerações, tenho a certeza que o "fenômeno erasmus" não estava a crescer de vento em popa... Basicamente acho que esta situação está a massificar-se porque é um reflexo da instabilidade e precariedade do país. Por isso, das duas uma: ou vamos procurar trabalho no estrangeiro na nossa área de formação (consciente que não é para voltar tão cedo) ou vamos continuar a estudar (por mais um ou dois anos) na certeza que um dia encontraremos o nosso lugar ao sol. E sem duvida que uma experiência no estrangeiro dá-nos 15-0 (como já deverá saber), a continuar a estudar em casa dos papás com a comidinha à hora certa em cima da mesa, roupa lavada e passada e ainda mesada para as noitadas e almoçaradas.
      Sair de casa, ser obrigado a conhecer novas pessoas, sobreviver às saudades e às adversidades de "andar de malas às costas sempre à procura da melhor casa", faz-nos crescer mais que qualquer curso ou especialização universitária. Antes não dava valor a isto, e não entendia porque é que nas entrevistas me perguntavam sempre se tinha tido alguma experiência internacional, mas agora faz-me todo o sentido. Quando mais não seja pelas competências que adquirimos ao nível da gestão de stress, conflitos e aceitação do outro. Por isso, para mim isto não é mesmo só "uma despedida dos twenties" é a minha experiência de vida. Porque é o meu crescimento emocional e intelectual que estão em jogo.

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