domingo, 15 de janeiro de 2017

Jejum Intermitente

Cara ragazza!!

Hoje, solicito um pouco mais de paciência, da já habitual, para os mais sensíveis ao vocábulo "jejum". Todavia, concordam comigo que assuntos mais polémicos exigem que sejamos um pouco mais curiosos e ponderados do que o costume, verdade? Pois bem, para que a conversa flua leve e sem tabus, acho importante começar por dizer que: jejum e greve de fome são coisas completamente distintas. Sim, é verdade que a "greve de fome" passa por jejuar por um período de tempo. Contudo, o inverso nem sempre acontece...


Desde sempre lembro-me de detestar a pressão que existe sobre o pequeno-almoço - "A" refeição mais importante do dia. O curioso é que a importância dada à primeira refeição do dia seja tão novata (*/- 40 anos), como os próprios produtos alimentícios que compõe a sua mesa. Espasmem-se com as quantidades infindáveis de tipos de pães, leites naturais e/ou achocolatados,  sumos concentrados, iogurtes, bolos, bolachas e por aí vai... Posto isto, pergunto se as mesmas pessoas, que evangelizam os supostos "benefícios do café-da-manhã", já pararam para pensar que os únicos beneficiários são: a padaria da rua, o supermercado da esquina e, num futuro próximo, a farmácia do bairro. 

Note que lido perfeitamente com a ideia de que meio mundo acorda diariamente esganado de fome, mas não posso aceitar que suprima esta sensação fisiológica com produtos ultra refinados e industrializados, onde a composição de carboidratos é tão elevada que o vai tornar prisioneiro da regrinha do "3 em 3h" o dia inteiro. E mais uma vez, quem é o principal beneficiário deste processo?!

Pois bem, amanhã é segunda-feira, considerado por excelência o dia da mudança e de novos começos. Como tal, convido-te a experimentar alguns dos conceitos que fui transmitindo ao longo da semana. Mas atenção que o assunto central será sempre o da: comida de verdade. A ingestão de comida sem embalagens, rótulos ou prazos de validade será sempre o segredo para desfrutares de um jejum intermitente, a partir das 14h (contando com o tempo de sono), sem que te lembres que ainda não comeste... E porquê?! Porque comemos para viver e não o contrário.

Não sendo profissional do assunto, procurarei sempre transcrever as referências onde baseio o meu estilo de vida. Desta vez, apresento-vos um estudo exaustivo do Dr. Souto ao livro do Brad Pilon. De forma simples e certeira, o Dr. Souto responde algumas das maiores dúvidas sobre jejum intermitente:

  • Só existem dois estados metabólicos possíveis: alimentado ("fed") ou "em jejum" ("fasted").
    • Simples assim. Enquanto estamos no estado alimentado, o corpo está no modo armazenamento; e no estado de jejum, usa as reservas;
    • Nossos antepassados mantinham um equilíbrio entre os dois estados;
    • No nosso estilo de vida atual, passamos no mínimo 2/3 do tempo no estado alimentado, comendo a cada 3 horas, o que impede o uso das reservas de gordura
  • A insulina é reduzida com low carb, mas nunca fica tão baixa quanto em jejum.
    • Alguns alimentos elevam muito pouco a insulina, mas nada BAIXA a insulina tanto quanto simplesmente não comer
  • O metabolismo não desacelera com jejuns curtos.
    • Na verdade ele pode até mesmo aumentar!! O incrível é que, do ponto de vista evolutivo, isto é óbvio: quando estamos com fome, precisamos ter energia para ir à luta e caçar algum animal ou achar umas raízes - se desacelerássemos, nossa falta de comida só pioraria, e morreríamos. Isto é diferente da fome crônica, na qual desaceleramos para não morrer.
    • Neste estudo, observa-se um aumento do metabolismo basal com jejum de até 72 horas - são TRÊS dias sem comer. Neste outro estudo, voluntários que praticaram jejum intermitente em dias alternados por 22 dias não apresentaram nenhuma redução de seu metabolismo
  • O metabolismo não depende muito do que você come ou deixa de comer, e sim de sua quantidade de massa magra (músculo):
    • O que vai manter seu metabolismo basal alto é a musculação (única forma de criar massa muscular).
  • Jejuns curtos (24h) não afetam a cognição e o funcionamento do cérebro.
  • A restrição calórica, quando associada à musculação ("resistance training"), não leva à perda de massa muscular.
  • Ou seja, o que vai manter seu metabolismo basal alto é a musculação (única forma de criar massa muscular).

Mais informações no blog do Dr. Souto e no da Fitness Coach Carla Basílio.

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