Cara ragazza!!
Acredito que a compulsão alimentar é um assunto transversal à maioria das pessoas, maioritariamente reconhecida nas mulheres pela ingestão desmedida de chocolates e pelos homens de cerveja. Dependendo da fase da vida que atravessamos, há um momento em que não conseguimos parar e vamos por ali fora até à exaustão. Os casos mais graves resultam muitas vezes em alcoolismo, no caso da bebida, mas se assim é pergunto porque é que o "açucalismo" ainda não é considerado uma doença e merecedor do mesmo cuidado e atenção?
Apesar de culpar os profissionais da saúde, por não despenderem o mesmo tempo e recursos para a cura deste flagelo do séc. XXI, acredito que haja uma mea culpa das pessoas que reconhecem os efeitos nocivos do consumo excessivo de açúcar, mas por ainda não serem intitulados de "dependentes/drogados" não consigam parar por eles próprios.
Afinal, pensem comigo, tanto para o álcool como para as drogas não existe medicação milagrosa para se deixar de ser dependente destas substâncias, verdade? A única forma de estarmos limpos delas é mesmo não as consumir, certo?! Então, porque raio um viciado em açúcar continua à espera de uma fórmula mágica para se livrar do pó branco mais consumido actualmente?
No início de 2017, o Estado português tomo, quanto a mim, uma medida de caracter de Saúde Pública. Desde Janeiro, os refrigerantes e as bebidas açucaradas aumentaram de preço e fez com que tivesse sido necessário mudar o nome "Imposto sobre o Álcool e as Bedidas Alcoólicas" (IABA) para: Imposto sobre o Álcool, as Bebidas Alcoólicas e as Bebidas Adicionadas de Açúcar ou Outros Edulcorantes. Concordei à primeira com esta medida, afinal, há muito tempo que o Homem consumista deixou de ser consciente durante as suas idas ao supermercado. Acredito sim que, a longo prazo, o aumento na fatura o ajude a reduzir o consumo dos refrigerantes ou sumos açucarados, deixando-os apenas para os fins-de-semana. Pelo menos, esta alteração comportamental já trariam bastantes melhorias externas, quer ao nível da pele quer ao nível dos pneus da barriga e das coxas. Porém, ainda há muito a fazer...
Continuo a perguntar-me porque raio só os maços de cigarros têm aquelas imagens horrorosas nas embalagens? Porque é que as tabletes de chocolates não mostram caras cheias de borbulhas? E porque é as do arroz e da massa não mostram pessoas obesas? E ainda os pacotes de leite problemas intestinais (em ir à casa de banho)? Mas esta atitude levantaria três outros grandes problemas:
- Não acabaria com o consumo destes produtos, afinal o tabaco continua a ser comprado.
- Mostraria o quanto errada e ultrapassada está a roda dos alimentos.
- E os Media perderiam a grande fatia das suas receitas, porque a indústria alimentar deixaria de publicitar os seus produtos nestes órgãos de comunicação.
É inadmissível que hajam pacotes de bolachas mais baratos que um saco com 5 pães, e atenção que eu não concordo com o consumo destes, mas pelo menos é menos viciante que a bolacha carregada de açúcar... Outro exemplo chocante é o preço dos legumes, mais caros que um pacote de arroz e/ou de massa. Mas se eu não comprar bolachas, pão e refrigerantes nem noto que os legumes estão assim tão caros.
Moral de história, será que só iremos aprender a comer quando o Estado subir os impostos de tudo e mais alguma coisa?! Não acredito, de todo, que este seja o caminho. Está nas nossas mãos exercer o poder de escolha. Afinal, até o fumador mais pobre do mundo arranja sempre trocos para mais um cigarro... Não há forma de delegar a cura dos nossos vícios aos outros, sejam eles quais foram. Importa, antes de mais, assumirmos que temos um problema compulsivo com determinado produto, e só depois disso testar várias soluções até que seja imprescindível pedir ajuda a um profissional. Porque o profissional apenas te ajudar a entender de onde vem esse problema, posto isto todo o processo de cura passará exclusivamente por ti. A tua rotina é que definirá o sucesso ou não do tratamento.
Bom, a conversa já vai longa, por isso hoje fico por aqui. Amanhã recomeço o assunto da compulsão alimentar com base num dos ensinamentos do, já recorrente, Dr. Barakat.
Acho errado comparar um pacote de bolachas/refrigerantes/o-que-seja a pão/arroz. Claro que a maioria destes 2 últimos produtos, principalmente o pão, está carregado de aditivos mas considerando o pão tradicional que tem farinha+fermento+água+sal e comparando-o com a composição de bolachas e refrigerantes que apenas têm ingredientes não naturais e muitos deles nocivos para a saúde, não me parecem alimentos assim TÃO maus como queres fazer parecer (mas isto é apenas a minha opinião, claro) e acho exageradas estas medidas que proões "Porque é que as tabletes de chocolates não mostram caras cheias de borbulhas? E porque é as do arroz e da massa não mostram pessoas obesas?". Primeiro, porque estes sintomas não são transversais a todas as pessoas nem estão provados, no caso dos chocolates e no caso destes hidratos de carbono, a relação causa-efeito não é tão linear assim. Aliás, estes alimentos são importantes (como todos, considerando os sem aditivos, claro.
ResponderEliminarProvavelmente, irás dizer que também os efeitos do tabaco não se aplicam a todas as pessoas (nem todas desenvolvem cancro e outros problemas tão graves como estes, etc, etc) mas, bem, se vamos comparar tabaco e estes alimentos, se calhar é melhor ver a composição de um cigarro, que na minha opinião, é, no mínimo, repugnante e horrível.
É mais saudável ter uma dieta rica em legumes/leguminosas/... e, principalmente, em produtos naturais. Portanto, na minha opinião, desde que não tenham aditivos desnecessários (que ao contrário, do que muita gente pensa estão presentes em grandes quantidades na maioria dos LEGUMES/FRUTAS/CARNE/PEIXE que se encontram por aí) e consumidos com moderação e de acordo com as necessidades individuais de cada um (fator muito importante!) não haverá grande problema.
Quanto aos preços, estou totalmente de acordo. Se bem que muitas pessoas, generalizam esse facto para todos e qualquer alimento... um pacote de sumo é mais caro do que um garrafão de água e porque não dividir o dinheiro que se gastaria a comprar x pacotes de bolachas e comprar também um bocadinho de fruta?
Um grande problema que, eu pelo menos noto, é a incapacidade de pensar em consequências a longo prazo. O dinheiro que se gasta em comprar alimentos mais saudáveis é, muito provavelmente, menor do que aquele que, eventualmente (mais uma vez, a relação causa-efeito não é linear), se irá gastar em tratamentos de problemas que, podendo não ser causados diretamente por um estilo de vida menos saudável podem ser muito potenciados por este.
(Peço desculpa, se ficou um pouco confuso, tinha muitos tópicos que queria abordar e, por vezes, a vontade de tocar um pouco em todos choca com a organização do texto.
Queria ainda referir que, apesar da minha opinião, respeito as dos outros e não quero que, em momento algum, tenha parecido o contrário e acho que cada um, devidamente informado e com informação FIDEDIGNA E FUNDAMENTADA e, ainda, de acordo com os valores pelo qual se rege, saberá qual o regime alimentar mais adequado para si).
Beijinho,
Maria
Maria, antes de mais, muuuuito obrigada pelo comentário! Obrigada pelo tempo que "perdeu" a ler o post e depois a comentá-lo! Não imagina como é bom esse feedback para quem escreve! Abre horizontes e aumenta as ideias de posts futuros! ;)
EliminarCompreendo e respeito totalmente a sua opinião! Concordo completamente contigo que refrigerantes e bolachas são diferentes da composição do arroz e das massas. Ainda assim convido-te a ler sobre este tipo de carboidratos no blog do Dr. Barakat. Vais ficar chocada com as evidências... Prometo falar disso no futuro! Beijinhos e booom fim de semana
Uma das coisas que mais defendo é a individualidade bioquímica. Sim, cada vez mais se fala nos vilões hidratos de carbono (antes era a gordura) mas a verdade é que somos todos diferentes. Eu segui a Paleo durante muito tempo e não resultou comigo e descobri através de testes genéticos que não tolero bem a gordura (mesmo que saudável) e que tolero bem os hidratos carbono integrais.
ResponderEliminarA ciência está sempre a mudar e o que é verdade hoje já não é amanhã, etc. Por isso colocar essas coisas em massa, arroz, etc parece-me completamente desajustado.
Já educar os consumidores a ler os rótulos e identificar ingredientes impronunciáveis, grandes quantidades de açúcar, etc concordo inteiramente. Também concordo quando dizes que não se justifica os vegetais serem tão caros quando em comparação com outros produtos industrializados.
http://6800milhas.blogspot.com/
Olá Catarina! Obrigada pela surpresa de descobrir que o Be Unique é lido em Macau!!! Acredita que te vou melgar imenso quando marcar a minha viagem para aí! A China, mas mais precisamente o "nosso" Macau, está na lista de viagens que quero muito fazer! Por isso, peço-te já algumas dicas de qual a melhor altura do ano para visitar! Por melhor altura do ano, entenda-se melhores preços também! ;) heheh
EliminarBom, mas voltando ao post... Curiosamente, és mesmo a primeira pessoa que "li" sobre se ter dado mal com um plano alimentar "baixo em carboidratos e alto em gordura". Porém, concordo inteiramente contigo quando dizes que cada caso é um caso. Mas realmente aqui, no meu blog, eu falo da minha experiência. Partilho algumas das vantagens que a dieta Low Carb (e não Paleo) trouxe para a minha vida/saúde. E acredito essencialmente nesta visão porque também eu já fui escrava dos carboidratos... Também eu já vivi quase 24 horas com fome, também eu já experimentei quase todas as dietas "light" que nunca resultavam a longo prazo... Ou seja, quando há três anos atrás comecei a reduzir (drasticamente) as quantidades de carbs na minha alimentação, notei desde logo várias mudanças (para melhor) no corpo. Na altura nem sabia o que era a Low Carb ou a Paleo. Testei apenas, assim como já tinha feito com o leite animal no ano anterior. Enfim, só há pouco mais de um ano é que descobri imensos nutricionistas que se regiam por esta base alimentar e resolvi adoptar o nome. E uma coisa é certa, quando os pilares da dieta low carb é "comida de verdade" (produtos sem embalagem, rótulos ou datas de validade duradouras) como posso duvidar da simplicidade do seu sucesso?! Como posso duvidar que alimentos naturais e frescos podem ser prejudiciais à minha saúde?
Em relação à ciência estar sempre a mudar, aí convido-te a ler mais sobre então as dietas Paleo e Low Carb... Afinal, estas dietas consideradas da "moda" contam com mais de 2 milhões de anos e existem mil e um estudos científicos que provam o seu sucesso. Todavia, estes estudos cientificamente comprovados não interessam à industria alimentar, caso contrário como conseguiriam eles continuar a vender os seus produtos mesmo que integrais ou sem gluten?! A industria alimentar (embalagens, conservas, pacotes) tem pouco mais de 40 anos, os mesmos anos das dietas "YO-YO", "LIGHT", etc e tal... Depois de quase um ano a ler, a ouvir e a pesquisar sobre "comida de verdade" percebi que há muito mais benefícios em ingerir vaca e porco, mesmo que não sejam criados ao ar livre/sem racções como outrora. Do que a consumir pão, arroz ou massa que depois de todos os processos industriais que sofrem, até chegarem ao nosso prato, apenas são "enfarta-brutos", porque a quantidade de valor nutricional é zero. Infelizmente, nos dias que correm, nunca conseguirei alimentar-me da mesma forma limpa que os meus antepassados o fizeram, ainda assim, se esta continuar a ser a forma mais limpa que o meio ambiente tem para me oferecer então esta será a minha escolha.
Espero ter ajudado a desconstruir algumas das ideias que tinhas :D
Beijnhos e continua a comentar sempre!
Estás à vontade para o fazer! E vai lendo o meu blog (o blog é escrito por mim que estou em Macau e por uma amiga que está em Portugal) que vou colocando sempre muitas dicas e coisas sobre Macau e não só :-) Quanto à melhor época do ano posso já dizer que é em Outubro porque é quando não está tanta humidade e há mais eventos, etc. Os preços não sei porque as viagens daí para aqui conseguem ser sempre curiosamente mais baratas que de Macau para Portugal.
EliminarAntes de começar a paleo, li o livro e blog do Mark Sisson, o blog do Dr. Souto, o livro do Cordein, o livro da Dieta da Mente, o Barriga de Trigo, etc. Eu mesma já dei essas respostas a milhentas pessoas: "não é uma dieta da moda, já existe há não sei quanto tempo..."
Eu não tiro mérito à dieta, simplesmente agora que estou a tirar o curso de health coach percebo que há muitas estratégias para muitas pessoas diferentes e que querer one size fit all é perigoso. Eu conheço, só entre os meus amigos, pelo menos mais duas pessoas que também não se deram bem com este tipo de approach.
Uau! Incrível! Até hoje, o meu namorado era a única pessoa que tinha conhecido que afirmava que a low carb não era para ele! hahah (mas por uma questão de gosto, ele não vive sem arroz, massa e pão). LOL Mas afinal há mais pessoas e por outras razões! Claro que vou seguir o blog!
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