quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Queijos, pode?

Cara ragazza!!

Convido-vos desde já a assistirem ao vídeo explicativo sobre a temática dos lacticínios desenvolvido pelo Dr. Barakat. Neste pequeno filme, o Dr. não só explica o processo de produção do leite bem como a sua composição nutricional. Ou seja, informação fundamental para entender a resposta à pergunta colocada no título. Todavia, achei o conteúdo bastante vago e disperso, comparado com o post do Dr. Souto dedicado a este assunto. 




Assim sendo, resolvi fazer um "pequeno" resumo do artigo para leitores como eu, que querem saber muito mas em pouco tempo. Ambos iniciam o assunto dizendo que para se falar de queijo é necessário falar de leite - alimento que não pertence nem à dieta paleolítica, nem a dietas Low Carb. Não pertence à dieta páleo por motivos óbvios: nenhum animal bebe o leite de outras espécies, e até ao final do paleolítico o leite era consumido apenas por bebés - não evoluímos bebendo leite como adultos. Não pertence às dietas low carb pois contém açúcar, na forma de lactose. Sabias que um copo de 300 ml contem uma colher de sopa de açúcar? (E há ainda quem adoce o leite... #medo)

No caso dos lacticínios fermentados (queijos, iogurtes, kefrir), a fermentação ocorre durante a acção dos lactobacilos, a lactose é convertida, na sua maioria, em ácido láctico. Então, um dos pioneiros da Low Carb vai contra o padrão alimentar dos nossos ancestrais Páleo e libera a introdução dos queijos, creem cheese, manteiga e natas na nossa dieta. Aceita-os porque estes alimentos são considerados deliciosos, saciantes e a ciência tem provado ao longo dos anos os seus benefícios para os organismos que os toleram. 

Posto isto, o Dr. Souto enumera várias razões que  explicam porque os lacticínios fermentados, embora não sejam estritamente páleo, são adequados para quem os tolera:

  1. Leite sempre foi consumido pelos humanos durante a lactação, e nesse espectro o leite e seus derivados parecem ser naturalmente mais aceitáveis para mamíferos do que farinha de trigo ou açúcar refinado;
  2. O tipo de proteína é de alto valor biológico;
  3. O tipo de gordura é muito boa;
  4. Os estudos mostram benefícios metabólicos.
Resumindo, o Dr. afirma que os laticínios full fat, especialmente os fermentados, são tão benéficos, mas TÃO benéficos, que superam até mesmo o contraditório dos estudos observacionais. 

Está cientificamente comprovado que a gordura do leite e dos seus derivados é muito saudável, contém minerais importantes, além de vitaminas lipossolúveis, especialmente a vitamina K2, que pode ser difícil de se achar em outras fontes. A proteína do leite é de alto valor biológico (de onde vem o Whey.). Para quem não tem intolerância severa à lactose, nem doenças associadas a IGF-1 (borbulhas ou ovários policísticos), os laticínios fermentados são coisas deliciosas e práticas - diferentemente de alguns alimentos que são apenas saudáveis, mas que são horríveis. Ou seja, se o leite não lhe estiver a fazer bem, o melhor é parar de consumi-lo. Porque ele pode causar má digestão, azia, inchaço abdominal, etc. Já a gordura do leite (nata e manteiga) e os laticínios fermentados (iogurtes, queijos) são recomendados para a maioria das pessoas. 

A quantidade mínima de lactose que resta em queijos, por exemplo, não costuma ser um problema para pessoas com intolerância à lactose, excepto em casos mais extremos. Pessoas que têm borbulhas, PCOS ou dificuldade de perder peso, a restrição de laticínios (mesmo os fermentados) pode ajudar bastante, juntamente com uma dieta páleo low carb. 

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