É certo que este post já vem com alguns meses de atraso... ainda assim, nunca é tarde demais para relembrar a minha pior aventura nos céus londrinos! Sim, leram bem, nos céus! O que para alguns poderá ter sido a sua maior aventura dentro de um avião, para mim foi só o meu pior pesadelo! Passo a explicar... Ainda se lembram daquela intempérie que alagou toda a Inglaterra, inclusive a capital?! Pois bem... Um mês antes nada faria prever este dilúvio no fim-de-semana mais romântico do ano! Como tal, decidimos que comemoraríamos esta data com um toque especial e levaríamos o afilhado do S a ver o espectáculo do The Lion King. Uma vez que a cidade já não era novidade, a companhia de uma terceira (meia) pessoa não seria problema algum! Próximo passo: fazer surpresa de tudo até ao último minuto! Uma semana antes lá nos resolvemos a contar que afinal íamos andar de avião, e dois dias antes contámos para onde. Sendo que seria a primeira vez que iria andar de avião, achamos por bem contar antes que ele se recusasse a entrar no dito à última da hora... Já bastava a tia - eu - ter medo dos pássaros gigantes, outra pessoa com o mesmo terror seria, seguramente, trabalhos redobrados para o pobre do S.
Posto isto, chegámos ao aeroporto, segundo a minhas ordens, uma hora mais cedo. Ou seja, tempo suficiente para as merecidas despedidas dos papás, passar a segurança, certificarmo-nos que ele aprenderia a ler as informações dos voos, procuraria a sozinho a nossa porta de embarque e ainda tempo para cheirar as lojas! Eu que já levo 15-0 nestas coisas das companhias aéreas low-cost resolvi que deveríamos comer ou levar comida para o avião, afinal a única coisa que muda mesmo é o preço, terrestre vs aéreo, porque de plástico é de certeza. Vai daí e pedimos três menus do McDonald's para levar. Em fila e cada um com o seu saco lá seguimos para os nossos lugares. Rapaz à janela para o seu baptismo de voo, homem ao centro para cuidar das suas crias e eu ao seu lado. Apesar da chuvinha que caia, os ventos que obrigaram ao cancelamento do jogo do Benfica (e bem) já havia sido à cinco dias, por isso, estava, achava eu, tudo na Paz do Senhor! Ora, entre o abre a mala, arruma os bilhetes, tira pastilhas, desliga iPhone, fecha a mala, volta a abrir a mala, tira lenços e volta a fechar a mala, lá sussurro: 'Batata! Hoje estou mesmo relaxada... tenho a certeza que vai ser um voo calmo e tranquilo!' Mas quem me manda a mim falar antes do tempo?! Quem me manda a mim achar que algum dia não vou ter medo de entrar numa coisa daquelas?! Adiante.
Depois de uma hora e meia dentro do que é considerado "normal" para um voo em dia de chuva e vento. Lá ouvimos o "this is your captain speaking" dizer que iria começar a aproximação à pista, e eu já a dar pulos de alegria começo com o típico: 'Tás a ver?! Tás a ver?! Finalmente portei-me como uma mulherzinha, não gritei, não guinchei e em meia hora estamos lá embaixo sem o teu afilhado se quer ter sonhado que eu odeio andar de avião!!!' 1-0 para a Joaninha! Mas como tudo na minha vida é feito de oitos e oitentas, os oitos começaram logo depois da minha dança da chuva ter terminado! Vai daí, começa a turbulência quando tentamos romper a nuvem carregada de água e raios. Mas como se isso já não bastasse, os poços-de-ar tornaram-se a regra e a excepção a tranquilidade. Neste momento, os membros da tripulação desaparecem, também eles foram obrigados a permanecerem sentados e com os cintos. Os bebés começam a chorar, a aflição e os longos períodos de silêncio dos passageiros congelam qualquer pensamento positivo. O piloto de quando em vez mantém contacto connosco e convicto afirma que vamos aterrar em trinta minutos, vinte minutos, e eis que a dois minutos de as rodas tocarem finalmente no chão (com o avião a tremer por todos os lados, a asa do nosso lado a escassos metros do chão) ele aborta a aterragem. Nem nos piores dos meus pesadelos imaginaria que aquele sofrimento estava ainda muito longe do fim... Vai de voltar a subir com a força máxima dos motores, cambalear umas trezentas mil vezes e voltar a ouvir a voz do piloto que iríamos tentar uma segunda aproximação à pista. Escusado será dizer que nesta altura já estava a vomitar-me toda para dentro daqueles sacos que (erradamente) achamos que nunca servem para nada! Entre náuseas, dores de cabeça intensas e solavancos à escala de um simulador para adultos, o meu corpo achou por bem deixar de reagir. Primeiro as pernas, nada era capaz de as mover. Mas o que me assustou mesmo foi a incapacidade de mexer as mãos também. Não conseguia abrir nem fechar os dedos. Estavam rijos, duros, imóveis. As lágrimas saltam dos olhos sem aviso prévio. Em silêncio tive um ataque de pânico. Com medo que o menino me visse, mantive-me quieta. Rezava baixinho. Perguntava-me porque raio tínhamos nós tido aquela maldita ideia. E pedi. Pedi muito para que tudo aquilo terminasse. A segunda tentativa foi pior. Mais vento, mais turbulência, mais chuva forte. A sensivelmente quinze metros do chão o piloto volta a abortar a aterragem, neste momento só equacionava um destino na minha mente - Lisboa, casa. Mas não. Ainda não satisfeito tivemos trinta minutos em círculos à espera que o tempo melhorasse. Mas nada. Depois disso, somos avisados que o avião ia ser desviado para Manchester. À medida que nos íamos afastando de Londres a viagem ganhou alguma tranquilidade. Os gritos deram lugar novamente ao silêncio. E assim, pela primeira vez na vida bati palmas com todo o fervor depois de o avião ter finalmente aterrado em terra firme.
Chegada ao Aeroporto de Lisboa
Ainda tudo na Paz do Senhor...
Porque (ainda) era dia de São Valentim...
A arrumar a tralha antes do pesadelo.
Depois do pesadelo.
Doze horas depois do previsto chegámos ao hotel - Holliday Inn em Earls Court.
É preciso carregar baterias na melhor hamburgueria do mundo!
Maior paelha do mundo em Convent Garden!
Camden Market!
Starbucks time!
King's Cross St. Pancras
British Academy Film Awards
Lyceum Theatre
The Lion King
Timon & Pumba
Piccaddily Circus!
English Breakfast
Baden-Powell House Conference Centre
Natural History Museum
Shall we dance?
Digam 'Olá' às pessoas!
Tenho os dentes sujos?!
Science Museum
I'm coming home, tell the world I'm coming home.
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